No enlaçar dos seus dedos atentos, percebe-se a inquietação dos que não dormem.
Mas essa criatura que avisto transita atrás de si, adulto frágil e criança forte
que percorre púlpitos que julga serem sua posse. Preza velhas e confortáveis
certezas. Anda encarapitado de idéias embrulhadas em belos papéis dourados
que carrega com orgulho sob seus delicados braços. Nos dias em que a pequena
cancela de seu peito se afrouxa o menino poe as ventas de fora e experimenta
uma lufada de ar fresco como o que sentira no tempo em que cavalgara tranqüilo
seus sonhos, sem atentar para o horizonte que se limitava...
Mas quando o vento sopra liso e misterioso, novamente o menino recolhe-se,
senta-se sobre sua cerca de largo e escuro carvalho a sacudir suas frágeis
pernas, como quem pretende pular mais agarra-se a doce idéia de que a
sutileza de seu corpo de menino sustenta sua cerca.
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